Vilã ou aliada: qual posição da Inteligência Artificial?

Vilã ou aliada: qual posição da Inteligência Artificial?

Sthefano Cruvinel
Sthefano Cruvinel
Inteligência Artificial
02 Out 2024
Vilã ou aliada: qual posição da Inteligência Artificial?

Engenheira com uma carreira consolidada no mercado financeiro por mais de 10 anos, Caroline Garrafa, especialista em neurociência, resolveu mudar de rota, após o falecimento do pai. Um curso sobre liderança e comportamento humano na França, uma viagem de volta ao mundo por mais de 25 países atrás do que era Felicidade, e uma especialização em Neurociência, na Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, a fizeram desenvolver uma metodologia para auxiliar líderes e profissionais a serem mais produtivos e realizados.

É essa metodologia baseada no desenvolvimento de People Skills, termo cunhado por Caroline para melhor representar as competências socioemocionais, que tem sido fundamental para apoiar executivos, líderes e profissionais de diversos níveis hierárquicos a superar os desafios contemporâneos do mercado corporativo. O mais recente desses desafios é o desenvolvimento da tecnologia e a aplicação da IA no ambiente de trabalho.

Se antes, acompanhar o volume de informação e demandas disponibilizados pelo acesso à tecnologia já contribuía para gerar ansiedade e sobrecarga, agora, a insegurança de manter o emprego e acompanhar o ritmo de atualizações tecnológicas, acrescentaram mais uma camada de preocupações. Um estudo da Pesquisa People at Work 2024 mostra que 42% dos trabalhadores temem que a IA substitua algumas de suas funções.

Todos os dias desde que abriu a Santé, empresa focada em transformar as pessoas em protagonistas da vida por meio da metodologia exclusiva e baseada na neurociência, Carol Garrafa encontra em comum em milhares de profissionais com quem já trabalhou as mesmas questões: insegurança, estresse crônico, falta de motivação, necessidade de adaptação, pressão por resultados, desafios na comunicação e falta de liderança. Este cenário vem contribuindo para a criação de ambientes pouco saudáveis, aumento de depressão, ansiedade e burnout entre os profissionais.

Para Caroline, as empresas podem desempenhar um papel crucial nesse processo, implementando programas de formação voltados para o desenvolvimento pessoal e interpessoal dos colaboradores. Não apenas pensando no bem-estar dos funcionários, mas entendendo que isso gerará mais lucratividade e retorno para a própria empresa.

A CEO da Santé explica que mesmo com a evolução da inteligência artificial, as habilidades humanas, ou melhor, as People Skills seguirão sendo essenciais para o sucesso de qualquer profissional.

“Embora muitas tarefas tenham sido automatizadas, a grande maioria delas são técnicas, portanto a IA ainda carece de algumas qualidades essenciais que são inatas aos seres humanos: criatividade, empatia, capacidade de liderança, negociação e convívio social. É o que chamamos na Santé de People Skills, que, ao contrário das habilidades técnicas, não podem ser facilmente replicadas por algoritmos. Essas habilidades não apenas promovem a produtividade, mas também ajudam a manter o bem-estar dos colaboradores, permitindo que eles se sintam capacitados e valorizados no ambiente de trabalho”, explica”.

Ela ainda completa: “sabemos por pesquisas de Harvard que o sucesso de uma pessoa está correlacionado 85% com as People Skills e apenas 15% das Hard skills, ou seja, desenvolver as People Skills é essencial”.

A questão principal, segundo a especialista, não é evitar o inevitável. A Inteligência Artificial já é uma realidade, e é preciso usá-la em favor das empresas e equipes. Caroline destaca a importância do uso da ferramenta para automatização de tarefas, ganho de agilidade e o levantamento de dados e insights para tomada de decisões, por exemplo. O segredo está no equilíbrio entre essas duas dimensões e na integração da tecnologia com o ser humano.

Profissionais que conseguirem combinar conhecimento técnico com People Skills terão uma vantagem competitiva no mercado de trabalho. Essa combinação permite que eles sejam tão eficazes em suas funções técnicas quanto capazes de se adaptar e liderar em um ambiente corporativo que valoriza a inovação e a interação humana.

Na outra ponta, as empresas podem se beneficiar com a redução do turnover, lideranças mais preparadas, times mais coesos e produtivos e um ambiente mais saudável e colaborativo.

 

Fonte: Isto É

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