No mundo globalizado e cada vez mais tecnológico, querer acelerar os processos e ter tudo à disposição comalguns cliques, uma busca rápida ou comandos de voz parecem ser meios mais fáceis de se alcançar os objetivos e resultados esperados, certo?
Não é bem por aí.
Que as ferramentas tecnológicas encurtaram o caminho, não restam dúvidas. O perigo é quando se fica refém demais das máquinas a ponto de ignorar recursos básicos e humanos que podem potencializar o seu negócio, carreira, tarefa ou atividade. Falo especificamente de um hábito antigo, que acompanha a humanidade desde a sua existência e que permanece fundamental para expandir a mente à novas perspectivas e visão de mundo.
Eu me refiro ao hábito do “movimentar-se”, sair da zona de conforto, da frente do teclado, dos cliques, de dentro do escritório e se relacionar com outras pessoas. Seja no mundo corporativo, acadêmico ou meramente de entretenimento, as relações interpessoais são as que mais impactam emocionalmente e nos dão a possibilidade de superar medos, crenças, aprender com o outro e trocar experiências que uma vivência reclusa não irá proporcionar, mesmo com toda a evolução da interação digital.
E porquê dessa reflexão?
Percebo nas novas gerações um potencial para aprender e explorar tudo o que a tecnologia oferece, sem precisar fazer tanto esforço. Nasceram na era da revolução tecnológica. Por outro lado, percebo também uma tendência ao comodismo dada à facilidade de acesso a ferramentas, aplicativos e soluções.
Não dá para generalizar e apontar as gerações Y e Z como nerds e ociosos. No entanto, quem tem filho pequeno sabe o quanto a modernidade facilitou as coisas, deixou tudo mais perto e acessível. Se a criança chora, um celular com desenhos ou joguinhos infantis resolve a birra.
Quando cresce um pouco, o brinquedo preferido já não é mais a bicicleta ou bola, e sim uma cadeira gamer. Brincadeiras de rua substituídas por jogos eletrônicos e, depois, virtuais. E quando chegar à fase de namoro tem os aplicativos de relacionamento. Por que ir a um evento presencial se o mesmo conhecimento pode ser adquirido ou compartilhado numa interação online? E quando chegar o momento de fazer networking para ampliar as oportunidades de negócio, aí vem o desconforto e o nervosismo que tomam conta da situação.
Uma vez se acostumado às facilidades e ao conforto de quatro paredes, difícil sair da bolha e enfrentar a vida real com todos os seus desafios, obstáculos e esforço que as situações do cotidiano exigem.
Imagina o personagem vivido por Adam Sandler no filme “Click”... ter um controle remoto que substitua os relacionamentos humanos. Só que na vida real não há uma tecla que permita voltar no tempo, rever as falhas e mudar o destino. Como disse o líder espiritualista Chico Xavier: “ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo. Mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim”.
Fonte: Jornal Correio de Uberlândia
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