Qual o impacto da Inteligência Artificial no futuro das Eleições?

Qual o impacto da Inteligência Artificial no futuro das Eleições?

Sthefano Cruvinel
Sthefano Cruvinel
Inteligência Artificial
03 Jul 2024
Qual o impacto da Inteligência Artificial no futuro das Eleições?

A Inteligência Artificial (IA), oriunda da tecnologia (um dos pilares da sociedade), tem impactado e gerado diversos debates no dia a dia das pessoas, e nas eleições não será diferente. No mundo digital, com rápidas trocas de informações e notícias, dados verídicos assumem valores inestimáveis.

Esses quando são precisos, atualizados e representativos, podem fornecer insights valiosos para os partidos e candidatos, permitindo-lhes adaptarem suas mensagens para eleitores-alvos e previsões de tendências eleitorais.

Nas eleições de 2018 e 2022, identificou-se que operações estratégicas de algumas empresas geraram grandes bases de dados (provenientes de vazamentos) para disparo automatizado de mensagens e gestão de Mídias, impactando o processo eleitoral por meio de ataques reputacionais e desinformações.

Esses dados permitem que campanhas políticas, usufruindo de características específicas sobre o comportamento dos eleitores, personalizem mensagens e estratégias de comunicação. Um grande problema dessa ferramenta é a disseminação de fake news e desinformação.

Dada a facilidade de criação e propagação de conteúdo falso por meio das redes sociais, a manipulação da opinião pública tornou-se uma preocupação central.

Algoritmos de IA podem ser usados para criar deepfakes – vídeos ou áudios falsos, mas extremamente realistas – que podem enganar eleitores e impactar o resultado de uma eleição.

Essa capacidade de criar conteúdo enganoso em larga escala pode minar a confiança no processo eleitoral e na democracia como um todo.

Por outro lado, os mesmos dados também podem ser positivos, visto que é possível criar campanhas mais eficientes e direcionadas, maximizando o engajamento dos eleitores e potencializando a conquista de votos.

Outro aspecto positivo é a automatização de processos burocráticos e logísticos que envolvem uma eleição. A tecnologia pode agilizar e tornar mais seguro o processo eleitoral, desde a verificação da identidade dos eleitores até a contagem de votos.

Tecnologias como blockchain estão sendo exploradas para garantir a transparência e a integridade das eleições, minimizando o risco de fraudes.

Além disso, sistemas de IA são utilizados para monitorar e detectar comportamentos anômalos que possam indicar tentativas de manipulação ou interferência externa, seja por meio de ciberataques ou disseminação de fake news.

Contudo, para que a Inteligência Artificial se torne uma forte aliada, faz-se necessário acompanhamento, monitoramento e contingenciamento para combater o mau uso.

A manipulação comportamental através de anúncios personalizados e mensagens direcionadas pode levar a um ambiente eleitoral polarizado, quando os eleitores são constantemente alimentados com informações que estimulam suas crenças preexistentes, dificultando o diálogo e o entendimento mútuo, como vimos nas últimas eleições federais e municipais.

Outro aspecto crítico e que exige atenção é a vulnerabilidade cibernética. Sistemas eleitorais que dependem de tecnologia estão sujeitos a ataques de hackers, que podem comprometer a integridade e confiabilidade dos votos.

A segurança cibernética torna-se, portanto, um campo crucial para a proteção da democracia.

Países ao redor do mundo estão investindo em medidas para proteger suas infraestruturas eleitorais contra ameaças digitais, mas a natureza em constante evolução das ciberameaças exige vigilância e adaptação contínuas.

Esses fatores podem reduzir a qualidade do debate público e dificultar a formação de uma opinião informada e equilibrada sobre os candidatos e suas propostas.

Apesar dos desafios, a tecnologia e a IA têm o potencial de melhorar significativamente a eficiência e a transparência das eleições.

O desenvolvimento e a implementação de tecnologias seguras, éticas e inclusivas podem ajudar a construir um processo eleitoral mais robusto e confiável.

Mas para isso, é essencial que haja uma regulamentação adequada e que os atores envolvidos – governos, empresas de tecnologia, sociedade civil e eleitores – trabalhem juntos para garantir que os benefícios superem os riscos, preservando a integridade e a legitimidade das eleições democráticas.

Fonte: Vila de Utopia

 

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