Empresas Britânicas Intensificam Aquisições no Brasil

Empresas Britânicas Intensificam Aquisições no Brasil

Sthefano Cruvinel
Sthefano Cruvinel
Investimento
15 Mai 2024
Empresas Britânicas Intensificam Aquisições no Brasil

As empresas sediadas no Reino Unido estão realizando mais operações de fusões e aquisições (M&A) no Brasil, segundo relatório da Transactional Track Record (TTR). Os dados demonstram que ao longo do ano passado foram realizadas 53 transações de companhias britânicas em solo brasileiro, 33% a mais do que em 2022, quando foram registradas 40 negociações. Com este resultado, o Reino Unido consolida sua posição como o segundo maior investidor internacional no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos.

“Embora o volume transacionado tenha recuado no último ano, passando de US$ 1,8 bilhão em 2022 para US$ 1,4 bilhão em 2023, o Brasil segue como um dos principais destinos dos investidores britânicos que têm interesse principalmente em setores de tecnologia, serviços corporativos, energia e mineração”, destaca o economista britânico e sócio da Redirection International, empresa especializada em assessoria de fusões & aquisições cross-border, Adam Patterson.

A companhia tem representação em Londres. Nos últimos anos, a assessoria vem realizando missões comerciais na Inglaterra para apresentar aos empresários e fundos privados o potencial do mercado brasileiro.

O economista ressalta alguns deals envolvendo companhias britânicas no Brasil, como por exemplo a aquisição da brasileira Lanlimp pela britânica Bunzl e a intenção da gestora inglesa de private equity Appian Capital de aplicar entre US$ 1bilhão e US$ 2 bilhões em projetos de mineração e energia no Brasil. Outro exemplo citado por ele é a compra recente da operação de bebidas da brasileira Globalbev pela inglesa Britvic, fabricante dos sucos Maguary.

No ranking geral, o Brasil registrou 387 aquisições inbound (players globais investindo em ativos brasileiros) em 2023, 1,3% a menos do que em 2022, quando foram 392. Além disso, segundo o relatório, as atividades de M&A outbound (empresas brasileiras investindo em ativos estrangeiros) caiu 20%, passando de 157 em 2022, para 126 no ano passado, de acordo com a TTR. Ainda assim, o país é líder nas operações de M&A na América Latina, respondendo por mais de 60% das transações da região.

Os Estados Unidos seguem como o principal investidor estrangeiro em empresas brasileiras, apesar das atividades terem recuado 17% no ano passado, passando de 194 transações em 2022 para 161 em 2023. O Reino Unido está em segundo lugar (53 transações), seguido da Espanha (23), Alemanha (18), Canadá (18) e França (18). Em seguida estão Singapura (17), Portugal (13), Argentina (13) e Holanda (11). China e Japão que em 2022 figuravam entre os 10 maiores investidores internacionais, não estão na lista.

“O Brasil está voltando a ser um mercado muito interessante para as transações transfronteiriças. O crescimento econômico continua a superar as estimativas e deve ser impulsionado com a previsão de queda dos juros. Os valuations das empresas brasileiras estão menores do que as médias históricas e apresenta um retorno robusto em relação a outros mercados emergentes”, afirma Adam Patterson.

“Avaliamos que o cenário de M&A cross-border está bastante positivo para 2024, em especial com um retorno potencial de grau de investimento”, complementa.

Ainda segundo o relatório da TTR, o Brasil fechou 2023 com valor total de US$ 74 bilhões em 3.235 transações realizadas ao longo do ano incluindo M&A, Private Equity, Venture Capital e aquisições de ativos.

Fonte: Isto É

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